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Dois jornalistas americanos terão que revelar suas fontes na Justiça

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15 de fevereiro de 2005, 20h51

Dois jornalistas norte-americanos que publicaram a identidade de um agente secreto da CIA serão obrigados a testemunhar e revelar suas fontes na Justiça. Foi o que ordenou, nesta terça-feira (15/2), um tribunal de apelações dos Estados Unidos. A notícia da agência EFE foi publicada pelo site Comunique-se.

Segundo a decisão, os jornalistas Judith Miller, do jornal The New York Times, e Matthew Cooper, da revista Time, devem responder à citação judicial para comparecer diante de um júri que investiga se alguém do governo americano repassou, ilegalmente, a identidade de um agente secreto à imprensa.

Os jornalistas foram declarados culpados por desacato por se negarem a revelar a fonte do nome de uma agente da CIA a um juiz federal de Washington. O caso se tornou público quando o colunista Robert Novak publicou, em julho de 2003, que Valerie Plame, mulher do ex-embaixador Joseph Wilson, era uma agente secreta da CIA.

Wilson tinha sido encarregado pelo governo de George W. Bush de investigar os boatos que diziam que o regime de Saddam Hussein teria tentado comprar urânio em Níger, o que resultou ser falso.

A publicação do nome de Plame aconteceu poucos dias depois que Wilson escreveu uma coluna de opinião num periódico. No texto, acusava Bush de se basear em dados de espionagem sem credibilidade durante seu discurso do Estado da União de janeiro de 2003.

Por isso, Wilson acredita que a identificação de sua esposa foi uma vingança política da Casa Branca, e acusou Lewis Libby, o chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, de ser o responsável pela informação.

Revelar a identidade de um agente secreto é considerado crime federal nos Estados Unidos e pode ser condenado com penas de até 10 anos de prisão.

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