Dente por dente

Vidigal defende demissão de servidores em greve na Justiça de SP

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23 de setembro de 2004, 10h23

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Edson Vidigal, defendeu a demissão imediata dos servidores em greve no Judiciário paulista e concurso público para contratação de novos empregados. Na quarta-feira (22/9), os servidores decidiram manter a greve, que já dura mais de 80 dias. No início da semana, o ministro defendeu intervenção federal no Judiciário paulista para resolver o problema da greve.

“As lideranças do movimento grevista falam mesmo pelos 40 mil servidores do Judiciário estadual? Ao que sei, tem muita gente querendo voltar ao trabalho. Gente que não quer ser manipulada porque já compreende que a greve resvalou para um confronto não apenas com o Tribunal de Justiça, mas com todo o povo paulista. Gente que já compreendeu que essa greve perde simpatia, é impopular”, disse.

E continuou: “Agora, é o Tribunal de Justiça manter as ofertas a cada um que queira voltar ao trabalho. Conceder o aumento de 14,58% aos que resolverem voltar. E, se isso não bastar, demissão de um por um por abandono do emprego, até porque não há um estado de greve reconhecido. Todos sabem que a greve é ilegal. É mandar embora, convocar novos concursos e seguir em frente”.

O ministro disse, ainda, que “o Estado de direito democrático não pode continuar sendo agredido. É nosso compromisso defendê-lo, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição da República e suas leis. É nosso dever defender os direitos e interesses da população contra os que não a respeitam”.

“Ninguém é obrigado a se manter filiado ao sindicato que não quer. Ninguém lidera nada contra o sentimento do povo. E o sentimento do povo de São Paulo é contra essa greve. São alguns milhares de servidores do Judiciário prejudicando milhões de pessoas no Estado”, afirmou o ministro.

Maioria quer o fim da greve

O STJ divulgou o resultado de uma enquete que está na revista Consultor Jurídico. Também publicou comentários feitos no portal Terra e na revista ConJur para mostrar que os internautas querem o fim da greve.

De acordo com o resultado da enquete até às 10 horas desta quinta-feira (23/9), 47,37% são contrários à greve, 18, 25% são contra mas compreendem, 17,9% apóiam com restrições, 14,3% são totalmente a favor e 1,2%, não têm opinião.

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