Operação Chacal

Funcionários da Kroll conseguem liberdade provisória

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5 de novembro de 2004, 15h01

Cinco funcionários da Kroll Associates presos em flagrante na Operação Chacal, feita pela Polícia Federal, conseguiram liberdade provisória. O juiz federal substituto Luiz Renato Pacheco Chaves de Oliveira, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, concedeu o benefício.

O pedido de concessão de liberdade provisória foi ajuizado pelo advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira. Os alvarás de soltura já foram expedidos e os acusados deverão ser soltos até o início da noite desta sexta-feira (5/11). Eles estão presos na carceragem da PF em São Paulo.

As acusações envolvem operação de equipamento de escuta, crimes de formação de quadrilha, oferecimento de vantagem a testemunha, divulgação de segredo, quebra de sigilo bancário, usurpação de função e quebra de sigilo telefônico e telemático.

O Ministério Público Federal, em São Paulo, anunciou que vai recorrer da decisão para revogar a liberdade de três dos cinco acusados.

A prisão ocorreu em 27 de outubro passado quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Chacal. A operação teve origem na apuração de investigações irregulares na Parmalat, mas abarca o caso de espionagem na disputa pelo controle da Brasil Telecom.

A ação, de busca e apreensão de documentos, envolveu mais de 90 policiais federais e ocorreu simultaneamente nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro.

Nessas cidades, a PF visitou diversos locais. Entre eles, as sedes do Banco Opportunity, no Rio, e da Kroll, no Rio e em São Paulo, além da residência de envolvidos, como o sócio do Banco Opportunity, Daniel Dantas e a presidente da Brasil Telecom, Carla Cicco. Dois diretores e três funcionários foram presos na sede da Kroll em São Paulo.

A Brasil Telecom contratou a Kroll para investigar a Telecom Itália, empresa com a qual trava uma intensa batalha judicial. A investigação paralela, detectada em inquérito da Polícia Federal destinado a apurar irregularidades na Parmalat, deixou rastros de ilegalidades, como acesso a dados fiscais sigilosos do presidente do Branco do Brasil, Cássio Casseb, e extratos de ligações telefônicas de pessoas investigadas, informações cujo acesso também é preservado por lei.

A relação entre a Kroll, a Parmalat e o Opportunity tornou-se pública em julho, quando Tiago Verdial foi preso no Rio.

Na investigação, a agência espionou o agora secretário de Comunicação do governo, Luiz Gushiken. O envolvimento do alto escalão na suposta investigação teria levado a Polícia Federal a entrar no caso.

A sede do banco virou alvo da devassa promovida pela Polícia Federal porque abriga a sede do fundo de private equity CVC/Opportunity, que controla a Brasil Telecom.

Este texto foi atualizado em 31/10/06, com a exclusão dos nomes dos acusados, quando se contatou descabidas as imputações feitas à época dos fatos.

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