Portas fechadas

Adolescente grávida é encontrada trabalhando em carvoaria

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27 de maio de 2004, 21h07

Quatro trabalhadores, incluindo uma adolescente grávida, foram libertados na quarta-feira (26/5) pelo Grupo de Fiscalização Móvel de combate ao trabalho escravo, em uma fazenda no município de Bonfinópolis de Minas, noroeste de Minas Gerais.

Eles trabalhavam em condições degradantes em uma carvoaria instalada no interior da fazenda Boa Esperança, a 70 quilômetros da sede do município. A carvoaria foi interditada.

De acordo com o procurador do Trabalho, Genderson Silveira Lisboa, os trabalhadores cumpriam jornada exaustiva na operação de quatro fornos e estavam sem receber há pelo menos 20 dias. “Eles foram instalados em um barraco de lona, sem água potável e sem a menor higiene; praticamente só paravam para dormir”, diz.

A fazenda não estava no roteiro de visitas do Grupo Móvel. Os procuradores e auditores fiscais do Trabalho e policiais federais realizavam visita de fiscalização em fazendas da região quando foram alertados de que o grupo estava sendo explorado na fazenda Boa Esperança.

Carlos Alberto Tostes, que se apresentou como gerente da fazenda e irmão da proprietária Maria Isabel Tostes, afirmou desconhecer o fato de que submetia os trabalhadores ao trabalho forçado.

Segundo informou, a carvoaria era explorada por seu pai, José Luis Tostes. Ele e a dona do imóvel não se encontravam no local, o que não impediu a Polícia Federal de instaurar inquérito para apurar o caso.

Os trabalhadores foram levados para um hotel em Unaí, com as despesas pagas pelos responsáveis pela fazenda. A adolescente de 14 anos foi levada por policiais a um posto médico para verificar seu estado de saúde. O acerto rescisório dos trabalhadores, estipulado em R$ 8,5 mil, foi efetuado nesta quinta-feira.

Na terça-feira (25/5), o Grupo Móvel interditou outra carvoaria no município, que funcionava na fazenda Nossa Senhora de Fátima. Segundo o procurador Genderson Lisboa, três trabalhadores foram advertidos a interromper a atividade devido às péssimas condições de trabalho oferecidas. (PGT)

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