Trabalho escravo

Operação liberta 186 trabalhadores mantidos como escravos no Rio

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20 de maio de 2004, 15h22

Numa operação conjunta, o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro e a Delegacia Regional do Trabalho libertaram 186 trabalhadores que estavam confinados realizando o corte de cana de açúcar em plantações nos arredores de Campos de Goitacazes, norte fluminense.

Os trabalhadores foram localizados ocupando 10 alojamentos em condições precárias nos distritos de Dores de Macabu e Serrinha de Campos. O procurador do Trabalho Wilson Prudente, que acompanhou a ação realizada com a ajuda de policiais federais, disse que foi a maior libertação de trabalhadores escravizados em uma única operação no Estado do Rio.

Prudente considerou como degradante a situação dos trabalhadores, que foram recrutados nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. segundo ele, ficou comprovado que o trabalho nos canaviais era realizado em favor da Usina Santa Cruz, cuja sede fica em Campos de Goitacazes.

O procurador disse também que os trabalhadores foram aliciados para executar o serviço com promessas de alimentação, alojamento e remuneração. O grupo estava há mais de mês sem receber salário e a maioria estava endividada. “Ao invés de receber, eles deviam aluguel, alimentação e as despesas com as viagens”, disse.

O Ministério Público e os auditores do Trabalho ainda calculam o montante devido ao grupo que deverá ser pago a título de rescisão contratual. “Independente do que é devido, o MPT vai ajuizar ação civil pública contra a usina e entrar com pedido de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 5 milhões, revertido para o Fundo de Amparo ao Trabalhador”, afirmou o procurador. (PGT)

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