Queima-roupa

Policial militar mata promotor de Justiça no Rio Grande do Sul

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14 de maio de 2004, 15h14

O soldado da Policia Militar Heitor José Ávila, 27 anos, matou à queima-roupa o promotor de Justiça de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, Marcelo Dario Muñoz Küfner, 33 anos.

Ávila, que possui antecedentes criminais, foi preso e encaminhado ao 1º Distrito de Polícia Regional de Santa Rosa para ser autuado. O crime aconteceu na manhã desta sexta-feira (14/5), após uma ocorrência de trânsito.

O promotor de Justiça, que atuava na área criminal, havia tomado posse dia 5 de março de 2003, em Porto Alegre, após passar no concurso para ingresso na carreira do Ministério Público.

Marcelo foi baleado pelo policial militar quando deixava, perto da 1h da madrugada, a sede da Promotoria de Justiça, depois de organizar processos em que iria trabalhar.

Ao entrar em seu carro, estacionado no pátio da sede do Ministério Público, Marcelo ouviu um estrondo, desceu do carro e atravessou a rua. Verificou, então, o automóvel Monza de placas AAC-1786 colidido contra uma árvore.

Uma viatura da Brigada Militar chegou em seguida. Ao notar o estado em que se encontrava o motorista, Marcelo se identificou como promotor e pediu ao sargento que atendia a ocorrência que encaminhasse o condutor do Monza para exame de teor alcoólico.

Ao ser reconhecido pelo sargento da Brigada Militar, Ávila sacou um revólver calibre 38, pertencente à BM, e desferiu dois tiros contra o promotor.

Toda a administração do Ministério Público, que estava na região para a solenidade de inauguração da Promotoria de Justiça de Espumoso, está em Santa Rosa acompanhando o desenrolar das investigações. O presidente da Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Ivory Coelho Neto, também está na cidade.

O procurador-geral de Justiça, Roberto Bandeira Pereira, taxou o fato como “gravíssimo”, pois o brigadiano é um agente público que “deveria estar preparado para defender a sociedade”. Além da arma pertencente à corporação, o PM estava portando uma pistola Magnum 357.

Roberto Bandeira Pereira adiantou, também, que levará ao Governo do Estado a preocupação do Ministério Público. “O caso ultrapassa os limites do que se pode imaginar de mais absurdo. Este agente foi covarde e estava totalmente despreparado para exercer suas funções, trazendo perigo para a comunidade”, concluiu.

Muñoz Küfner era solteiro e natural de Porto Alegre. A Procuradoria-Geral de Justiça, por meio do provimento 17/2004, declarou luto oficial no âmbito da instituição.

Os atos fúnebres serão realizados, no final da tarde desta sexta-feira, no Cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre (RS), para onde o corpo de Marcelo está sendo removido. (Com informações do MP-RS, do Jornal do Comércio e Espaço Vital).

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