Túnel do tempo

Larry Rohter escreveu sobre Celso Daniel e base de Alcântara no NYT

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14 de maio de 2004, 13h01

Especulam-se novos motivos para explicar a atitude do governo de cassar o visto temporário do jornalista norte-americano Larry Rohter. Quem levanta a questão é o jornalista Diego Casagrande, no site Opinião Livre (veja o link abaixo).

Em sua coluna, Casagrande afirma que “a pedra no sapato pode ser outra, que não a denúncia de que o presidente bebe além da conta, e sim a investigação que o jornalista desenvolve sobre a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). Em fevereiro deste ano, o correspondente do New York Times foi fundo e escreveu uma reveladora reportagem sobre o ainda nebuloso assassinato”.

Segundo o colunista, em reportagem sob o título “Acusações de corrupção vêm à tona com morte de prefeito brasileiro”, Rohter afirmou que “quando Celso Daniel foi seqüestrado e morto a tiros, líderes do Partido dos Trabalhadores se apressaram em culpar esquadrões da morte de direita”.

Ainda de acordo com o texto de Rohter, a polícia acabou fechando o caso com a alegação de que o prefeito “tinha sido vítima de um crime comum”. “Dois anos mais tarde”, diz a reportagem, “pouca coisa sobre a morte de Daniel parece comum”, e tanto parentes como promotores públicos, “que reabriram o processo agora, dizem que ele foi morto numa contenda por causa de uma ‘caixinha para fins eleitorais’ de muitos milhões de dólares que, segundo seus familiares, destinava-se a beneficiar o fundo de reserva para a campanha do partido que atualmente governa o Brasil”.

A deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS), na mesma coluna, lembra também que o jornalista Elio Gaspari chegou a elogiar Larry Rohter pela cobertura feita logo após a morte de 21 funcionários do programa espacial brasileiro.

Segundo Gaspari, “os 21 mortos de Alcântara foram discretamente passados ao limbo da burocracia. Larry Rohter trabalhou quatro meses no assunto e entrevistou familiares das vítimas. Seu retrato da base de lançamento é tétrico. Viúvas dos técnicos mortos contam que seus maridos se queixam de ter tomado choques elétricos quando tocaram o foguete. Além disso, Rohter constatou que os técnicos usavam telefones celulares dentro da unidade de lançamento. Daí para uma faísca a distância era pequena”.

Clique aqui para ler a íntegra da coluna

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