Cara estranha

População brasileira desconhece Ministério Público, diz pesquisa.

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6 de maio de 2004, 20h01

O Ministério Público ainda é uma instituição pouco conhecida pela população brasileira. É o que aponta pesquisa feita pelo Ibope a pedido da Conamp — Associação Nacional dos Membros do Ministério Público. Apenas 6% dos dois mil entrevistados disseram conhecer bem o Ministério Público. Do total, 14% não conhecem, 37% conhecem mais ou menos, 43% conhecem só de ouvir falar. 1% não soube responder ou não opinou.

A credibilidade do Ministério Público ficou em 4º lugar com imagem positiva para 58% da população. A Igreja Católica, as Forças Armadas e a Imprensa têm mais credibilidade que o MP, que fica na frente das igrejas evangélicas, advogados, polícia, Judiciário, Executivo e Legislativo.

Dos que ouviram falar do Ministério Público — pelo menos uma vez — 61% aprovam a sua atuação, 24% desaprovam e 15% não opinaram ou não souberam responder. Do total, 49% consideram a atuação do MP importante para a sociedade, 37% responderam que o desempenho é muito importante, 5% consideram mais ou menos importante e 2%, pouco importante. Para 1%, a atuação do MP não tem nenhuma importância e 5% não souberam responder ou não opinaram.

Apesar de a entidade ser estranha para a população, 62% dos entrevistados consideraram que a atuação do MP deveria ser ampliada, 13% entenderam que ela precisa ser mantida, 9% optaram pela redução de atuação e 16% não opinaram ou não souberam responder.

Dos entrevistados, 78% disseram que o Ministério Público deve divulgar os processos em que esteja atuando — exceto os protegidos por sigilo. Para 15%, o MP não deveria divulgar informações sobre casos em que atua e 7% não souberam responder ou não opinaram.

Para os pesquisados, a entidade deveria atuar prioritariamente no combate ao crime em geral (39%), combate à corrupção (35%), defesa da infância e juventude, idosos e deficientes (34%), combate ao trabalho infantil (19%), combate ao trabalho escravo (13%), defesa do consumidor (12%), defesa do meio ambiente (10%), fiscalização dos processos de família (6%) e defesa dos direitos indígenas (2%). Apenas 1% responderam que a área de atuação não deveria ser nenhuma dessas opções estimuladas e 8% não souberam responder ou não opinaram.

Investigação criminal pelo MP

De acordo com 68% dos entrevistados, a entidade deve investigar todos os crimes. Para 19%, o MP deve investigar sempre que achar necessário, 12% consideraram que a entidade apenas deve investigar casos que envolvam corrupção, 11% disseram que o MP deve investigar casos que possam estar ligados ao crime organizado e 10% entenderam que é preciso investigar casos que possam ter envolvimento de policiais. Apenas 4% afirmaram que somente a Polícia deve investigar e 7% não souberam responder ou não opinaram.

Perfil

* Período de Campo – A pesquisa foi feita entre 7 a 11 de fevereiro de 2004.

* Universo – população de 16 anos ou mais

* Entrevistas — 2000 entrevistas em 145 municípios do país.

* Sexos – Masculino e Feminino.

* Grupos de Idade — 16 a 24 anos; 25 a 34 anos; 35 a 49 anos; 50 e mais.

* Faixas de Instrução — Até 4ª série do fundamental; 5ª a 8ª série do fundamental; Ensino médio; Superior.

Regiões — Norte/ Centro-Oeste; Nordeste; Sudeste; Sul.

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* Faixas de Renda Familiar, em salários mínimos — Mais de 10; Mais de 5 a 10; Mais de 2 a 5; Mais de 1 a 2; Até 1.

* A íntegra da pesquisa pode ser obtida no site www.mpd.org.br

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