Mistério esclarecido

Revista Imprensa apresenta laudo de desaparecido durante a ditadura

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24 de junho de 2004, 21h34

Foram reveladas nesta quinta-feira (24/6) as circunstâncias da morte do ex-militante da ALN (Ação Libertadora Nacional), Virgílio Gomes da Silva, que usava o codinome ‘Jonas’, até então considerado um “desaparecido político”. A informação é do Portal Imprensa que teve acesso ao laudo do IML e à foto do ex-militante. Ele teria sido assassinado pela Operação Bandeirantes, aparelho de repressão que funcionou durante a ditadura.

Virgílio Gomes da Silva foi o primeiro militante de oposição ao regime militar a desaparecer em São Paulo. Ele foi preso em 29 de setembro de 1969. Três semanas antes, comandara o seqüestro do embaixador dos EUA no Brasil, Charles Elbrick, numa ação conjunta da ANL e MR8, dois grupos de guerrilha urbana da Época. O embaixador trocado pela libertação de 15 presos políticos.

A identificação de Silva só foi possível pelo trabalho do médico legista Gilberto da Cruz, que tirou as digitais do cadáver e as comparou com as do documento do R.G. No laudo oficial, Virgílio foi classificado como “cadáver desconhecido” mas, a lápis, alguém teria escrito o nome do ex-militante.

Laudo

“Hematoma intenso situado no tecido sub-cutâneo e muscular, fratura completa da oitava, nona e décima costela, escoriações de forma circular, equimoses. Conclusão: falecimento em conseqüência de traumatismo crânio-encefálico com instrumento contundente.” Essa é a conclusão do laudo do IML de Virgílio Gomes da Silva.

Depoimento

“Foi como se ele tivesse morrido agora”, disse à revista Imprensa o filho do ex-militante, Vlademir Gomes da Silva. Ele viu as fotos do pai assassinado, pela primeira vez na semana passada, no Arquivo Histórico do Estado, depois de ser procurado pelo jornalista Mário Magalhães, que prepara uma bibliografia sobre o militante Carlos Mariguella.

“Não existe desaparecido político, e sim assassinatos. Espero que o governo tenha seriedade ao apurar este caso. Acredito que haverá”, completa Vlademir.

Leia a reportagem completa no Portal Imprensa.

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