Caso Banestado

CPI mista investiga desvio de reservas brasileiras via Banestado

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11 de junho de 2004, 16h10

Uma bomba investigativa é prenunciada na CPI mista que apura a lavagem de dinheiro a partir do Banestado de Foz do Iguaçu: reservas brasileiras da ordem de bilhões teriam entrado na dança de lavagem de dinheiro. “Estamos investigando a aplicação dessas reservas brasileiras casadas com investimentos no Brasil onde a diferença de juros recebidos e de juros pagos é muito, muito grande mesmo”, disse à revista Consultor Jurídico o relator da CPI, deputado federal José Mentor.

Investigações promovidas pela CPI mista revelaram que em 4 anos, até 1999, teriam sido lavados a partir do Banestado de Foz do Iguaçu US$ 32 bilhões. Mas outras investigações, após 1999, tocadas pelo delegado federal José Castilho Netto, indicam que o montante lavado é da casa de US$ 140 bilhões.

Na próxima terça-feira (15/6), adianta o deputado José Mentor, a CPI se reúne em Brasília para “arredondar questões e a aprovar o novo calendário das investigações”. Isso compreende deliberar visitas-surpresa dos membros da CPI nas seguintes cidades: Manaus, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Fortaleza.

“O sentimento da CPI é que os valores ainda continuam saindo irregularmente e entrando regularmente no Brasil, revestidos de legalidade, como empréstimos e compra de imóveis. Há ainda várias outras formas sendo investigadas, em importações, exportações, sub-preços, aplicação de reservas brasileiras, uso de trading companies, empresas de factoring. Vamos muito logo sugerir alterações na legislação para coibir essas novas formas de lavagem de dinheiro”, diz José Mentor.

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