Cobra chinesa

Relatório aponta influência de Law Kin Chong na Polícia Federal

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2 de junho de 2004, 16h15

Policiais Federais que trabalharam na Operação Anaconda remeteram, nesta quarta-feira (2/6), aos responsáveis pela prisão do chinês Lao Kin Chong os relatórios que o apontavam como um dos empresários com maior influência dentro dos quadros da Polícia Federal — o que inclui delegados e agentes federais.

Sabe-se, por exemplo, que o advogado preso com Lao, Pedro Lindolfo Sarlo, teve como seu padrinho de casamento um ex-superintendente da PF — e entre seus clientes consta outro superintendente da PF. Sarlo e Lao foram presos pela PF, em flagrante, ao tentar subornar o presidente da CPI da Pirataria, Luis Antonio Medeiros, deputado federal pelo PFL, em US$ 1,5 milhão.

Entre a documentação elencada pelos participantes da Anaconda, e que será apensada ao inquérito da prisão em flagrante de Lao e Sarlo, consta o auto circunstanciado número 19, publicado na íntegra com exclusividade, pela revista Consultor Jurídico, a 16 de novembro de 2003.

Confira um trecho sobre o que a Anaconda relatou sobre Lao:

“Durante a presente investigação foram gravados diálogos entre BELLINE e LAO. Em um deles BELLINE e LAO trataram sobre o envio de caixas em uma Kombi para a Rua Sergipe, 312, 6º andar, endereço residencial do primeiro. Em outro BELLINE reclama e faz ameaças a LAO em razão da qualidade do que foi enviado. Através de diligências conseguimos descobrir a identidade LAO, ou seja, LAW KIN CHONG, é chinês, proprietário do SHOPPING 25 DE MARÇO e grande fornecedor de mercadorias estrangeiras introduzidas irregularmente no país para os diversos shoppings que se intitulam “Promocenter”. É pessoa de alta periculosidade e relacionada com autoridades das polícias e fiscais das esferas federais e estaduais.”

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