Tiroteio no cerrado

Francisco Garisto entra com queixa-crime contra Paulo Lacerda

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8 de janeiro de 2004, 17h17

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Carlos Garisto, entrou com queixa-crime contra o diretor da Polícia Federal, Paulo Fernando da Costa Lacerda, por injúria.

A audiência estava marcada para o dia 3 de fevereiro, mas Lacerda conseguiu adiá-la para o dia 17. Antes, o diretor da PF havia pedido habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para não ir à audiência, mas a liminar foi negada. O mérito do recurso também será julgado no dia 17. Garisto apresentou um Mandado de Segurança para tentar manter a data original da audiência.

Não é de hoje que Garisto e Lacerda se estranham. Em novembro, os dois se encontraram no gabinete do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Garisto cumprimentou Lacerda, mas não foi correspondido. Em seguida, disparou: “É assim que a Polícia Federal vem sendo tratada, ministro”.

O presidente da Fenapef chegou a ser cogitado para a Diretoria da PF. Quando o nome de Lacerda, que é ligado ao senador Romeu Tuma, foi divulgado como o mais cotado para o cargo, a Fenapef manifestou-se diversas vezes contra a sua nomeação.

O diretor de Comunicação da Fenapef, Edison Tessele, disse à época que “a categoria não aceita o nome de Lacerda porque acreditou e apoiou um projeto de mudanças para o país e, em particular, a Polícia Federal. Paulo Lacerda não preenche esse perfil, pois tem estreitas ligações com o senador Romeu Tuma, o que significa, para nós, a retomada do controle da PF pelo grupo do ex-diretor-geral. Acredito que o dr. Márcio [Thomas Bastos] não confirmará o nome de Lacerda, pois ele não representa o consenso exigido pelo futuro ministro, além do que não será bom ao governo Lula iniciar com uma crise instalada na Polícia Federal.”

Na ocasião, o próprio Garisto pediu que os policiais “fiquem em alerta total, pois assim que o nome desse famigerado corporativo for confirmado, chamaremos todos os Sinpefs para Brasília, para que possamos organizar e fazer o enfrentamento real, que a situação exige. Não podemos deixar que um bando de corporativos e sedentos de poder, fiquem novamente com o comando da PF.”

Processo nº 2003.01.6.000243-6

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