Pequenos gigantes

Emerenciano é advogado que mais assina ações trabalhistas em SP

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5 de dezembro de 2004, 7h29

Nem Demarest, nem Tozzini, nem Pinheiro Neto. O escritório de advocacia que mais assina processos trabalhistas em São Paulo é o Emerenciano, Baggio e Associados. No levantamento feito pela revista Consultor Jurídico no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, ele aparece em primeiro lugar em ações de primeira instância, com 9.970 representações sob o nome do advogado Adelmo da Silva Emerenciano.

Na segunda instância, o escritório figura em terceiro lugar com 10.118 ações. O Emerenciano fica atrás apenas do atual chefe da Procuradoria de Tribunais do Trabalho e coordenador regional do Estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Hermes Arrais Alencar (14.146) e do ex-chefe da mesma procuradoria Steven Shuniti Zwicker (10.683), que hoje atua na Procuradoria da República de Volta Redonda. Ambos representam as partes como advogados públicos.

Os números correspondem, em tese, a processos ativos em trâmite nas Varas do Trabalho, TRT ou Tribunal Superior do Trabalho. O sistema consultado admite apenas um advogado por processo. Já o cadastro correspondente à segunda instância pode contar com dois ou mais representantes para cada uma das partes.

Com 132 advogados, o Emerenciano se firmou como o maior escritório na área trabalhista depois de figurar como representante nas questões de Direito do Trabalho dos processos de privatização (a partir do governo FHC). À frente de empresas como Telefônica, Telemar, Eletropaulo e CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz, em questões de conflitos na mudança do modelo estatal para privado, redução de direitos trabalhistas e de pessoal, mudanças de hierarquia e programas de demissão, o escritório viu o número de advogados crescer quase cinco vezes.

Hoje, a área trabalhista representa 40% do faturamento do Emerenciano, que também conta com especialistas em Direito Tributário, Societário, Energético, Ambiental, do Consumidor e Telecomunicações, entre outros. O escritório existe há 15 anos.

Na primeira instância, o escritório do advogado Antonio Rosella figura em segundo lugar, como representante de 7.239 processos. Procurado pela ConJur, Rosella não foi encontrado e o escritório preferiu não dar informações. Em terceiro lugar, está José Oscar Borges, do Advocacia Borges, com 6.519 ações trabalhistas. Com um corpo de 10 advogados, o escritório baseado em São Paulo tem como sócios a mulher de Borges, Judith Nahas, e os filhos Maurício Nahas e Neide Andréa Nahas.

A principal área de atuação do Borges é a trabalhista, e 99% das partes representadas são de trabalhadores das “mais diversas áreas e classes sociais”, segundo Maurício Nahas. O escritório também atua na área Cível quando existe a suposta culpa do empregador em acidentes de trabalho ou doenças causadas pela atividade exercida pelo funcionário.

Nos Dissídios Individuais, Coletivos, do Órgão Especial ou de Corregedoria, o primeiro colocado é Cássio de Mesquita Barros Júnior, do Mesquita Barros Advogados. Em seu nome, figuram 346 processos. Fundado em 1938, o escritório atua nas áreas trabalhista e previdenciária e tem entre seus clientes montadoras de automóveis, fabricantes de auto-peças, empresas de alimentação, dos setores energético, aéreo, químico, siderúrgico, de tecnologia da informação, bancos, entre outros. O Mesquita Barros conta hoje com 40 advogados.

Em segundo lugar figura, novamente, o nome de Rosella, com 335 ações. Em terceiro está o advogado Antonio Carlos Nobre Lacerda, do Martins, Lacerda e Kuyumdjian Advogados Associados. A posição é, segundo ele, mais fruto de sua atuação como advogado chefe do Departamento Jurídico do Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro e Similares de São Paulo do que por sua atuação no escritório. O sindicato possui cerca de 10 mil filiados, mas estima-se que o número de trabalhadores da categoria, aos quais o sindicato também representa judicialmente, chegue a 300 mil no estado.

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