28/3/2002

Primeira Leitura: TSE criou condição para volta do PFL ao governo

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28 de março de 2002, 9h42

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Filho pródigo

Não deve durar muito a carreira oposicionista do PFL. Quando o Tribunal Superior Eleitoral permite que os partidos utilizem, na eleição de outubro, a chamada “chapa camarão” – sem cabeça, ou seja, sem candidato a presidente nem coligação nacional -, cria as condições políticas para uma espécie de retorno “branco” do PFL ao bloco governista. Ou seja, volta à base aliada e salva (ou quase) a face.

Opção pragmática

Parte da cúpula pefelista, principalmente a ala ligada ao vice-presidente da República, Marco Maciel (PE), entende que o melhor caminho para o partido é abrir mão da candidatura de Roseana Sarney, que mantém a tendência de queda nas pesquisas, e deixar os Estados livres para os arranjos mais convenientes.

Engenharia política

Em vários Estados – como Pernambuco, Paraná e São Paulo – é vital para os pefelistas chegar à eleição de outubro ligados ao PSDB e/ou ao PMDB. Os tucanos já perceberam a vontade de parte do PFL de reconstruir a ponte com o Planalto e deram sinais de que querem facilitar um arranjo.

Solução regional

Em Pernambuco, o novo acordo está para ser anunciado. O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) se prepara para deixar o cargo e virar candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB). Ele já ofereceu apoio ao seu vice-governador, o pefelista Mendonça Filho, na disputa do governo estadual.

Saída honrosa

Se Roseana Sarney desistisse, alegando motivos pessoais, o PFL se diria desobrigado da fidelidade à governadora maranhense. Abriria-se, assim, o caminho para a solução “camarão”.

Uma no cravo…

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, disse que o presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), foi “impecável” ao criticar o Movimento dos Sem-Terra por causa da invasão da fazenda Córrego da Ponte, propriedade dos filhos de FHC. Na terça, Dirceu declarou que a invasão foi “irresponsável”.

…outra na ferradura

A família de FHC foi vítima do vandalismo dos invasores da fazenda. Isso não é desculpa, porém, para que Luciana Cardoso, filha do presidente, use um avião oficial para inspecionar os estragos feitos em uma propriedade privada. Ela age, no caso, de acordo com os velhos costumes do mandonismo, que trata como privado o que é público.

Assim falou… Ana Eiras

“É como tentar conter um vulcão com a mão”.

Da analista da Heritage Foundation, sobre a dificuldade do governo de Eduardo Duhalde para controlar a alta do dólar na Argentina. Segundo ela, se o governo argentino criar uma nova lei de conversibilidade para tentar segurar o câmbio, “não vai funcionar”.

Tudo é história

A Liga Árabe, que está reunida em Beirute principalmente para discutir o plano de paz apresentado pelo príncipe Abdullah, da Arábia Saudita, é formada por 21 Estados soberanos – e a Autoridade Palestina -, localizados no Oriente Médio e em parte da África, que compartilham uma cultura árabe.

Foi criada em 22 de março de 1945, no Cairo, e seu objetivo é reforçar os laços entre esses países, mas sua força política empalideceu em relação às primeiras décadas da organização: o pan-arabismo, que floresceu como parte dos movimentos de resistência ao poderes coloniais na região, acabou morrendo junto com o principal líder árabe, o egípcio Gamal Abdel Nasser.

Revista Consultor Jurídico, 28 de março de 2002.

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