Advogado vencedor

Advogado negro foi esquecido pela Ordem dos Advogados do Brasil

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13 de maio de 2002, 14h47

Hoje são 13 de maio, dia em que ocorreu a abolição da escravidão no Brasil. É um dia especial para os advogados, que nesse dia deveriam homenagear Montezuma. Francisco Gê Acaiaba de Montezuma foi o nome nacionalista que o baiano, filho de mãe escrava e pai português, adotou. Seu nome original era Francisco Gomes Brandão. Vencedor por natureza, conquistou tudo o que quis.

Cirurgião formado pela escola da Bahia, formou-se, a seguir, em Direito pela Universidade de Coimbra e foi, em 1843, o fundador e primeiro presidente do Instituto dos Advogados do Brasil, permanecendo depois como seu presidente de honra. Foi fundador e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e chegou à Corte com o título de Visconde de Jequitinhonha.

Esse ilustre negro, grande advogado, foi esquecido pela própria Ordem dos Advogados do Brasil, exatamente por ter sido um vencedor, por seus próprios méritos. Infelizmente, no Brasil, os “formadores de opinião” não gostam de vencedores.

A única entidade que se pode dizer com convicção não ter esquecido Montezuma é a Maçonaria, da qual ele também foi membro do Soberano Supremo Conselho. Todos os anos, no dia 22 de novembro, o Supremo Conselho da Maçonaria faz-lhe uma homenagem, no cemitério do Catumbi, no Rio de Janeiro, onde foi sepultado. Faço-lhe eu, então, minha homenagem isolada.

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