A arte do conluio

Imaginação e criatividade facilitam fugas em Osasco

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23 de julho de 2002, 18h38

A Corregedoria dos Presídios de Osasco está convencida de que vigora na região um ousado esquema de facilitação de fugas por parte dos funcionários do sistema penitenciário local, de onde já escaparam 158 presos este ano.

Os estratagemas estão sendo investigados pelo juiz-corregedor José Marcos Silva. “Se cinco presos escapam, os funcionários comunicam a fuga de dez”, explica Silva. “Os outros cinco esperam a poeira baixar e aí podem sair pela porta da frente”.

Outra tática em exame é a de comunicar à polícia os nomes errados dos foragidos para dar tempo aos condenados de desaparecer. É o que se depreende, por exemplo, do registro do Boletim de Ocorrência 2.830 da 1ª Delegacia de Osasco, a 5 de maio deste ano. Dez presos fugiram por um túnel no raio 4 do CPD – um deles por volta das 5h da manha. Mas o boletim só foi registrado 23h39. No dia seguinte, um funcionário compareceu à delegacia, para fazer um adendo alterando os nomes dos foragidos.

A conclusão é que, com esses truques, os funcionários querem confundir a policia na recaptura. Na mesma fuga do dia 5, três irmãos que se encontravam em prisões diferentes (Márcio, Cláudio e Roberto Junqueira de Souza), foram reunidos em uma mesma cela poucos dias antes.

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