Redução na folha

Conheça o manual de sobrevivência do desempregado

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24 de janeiro de 2002, 12h20

Na medida em que o ritmo da economia desacelera, as empresas vão reduzindo sua folha de pagamento. Atualmente, o desemprego é um fantasma que assombra todos os trabalhadores, indiscriminadamente.

Mesmo consciente do risco de ficar desempregado, nem todos estão preparados para a situação. Entretanto, há alguns passos que ajudam a enfrentar o período com um pouco de serenidade.

Veja alguns itens que pode ajudar

Negocie sua saída

As pessoas que pressentirem os “sinais”, devem estar preparadas para a dispensa, aproveitando para “negociar” sua saída. Conforme o seu nível na empresa, esta negociação pode passar pela contratação de um serviço de recolocação profissional, um bônus extra, a extensão dos benefícios por um prazo determinado (plano de saúde, carro, pagamento do colégio dos filhos, etc.) ou ainda um aviso prévio maior.

Porém, se a dispensa foi inesperada, entenda o motivo de você ter sido escolhido e peça uma reunião para o dia seguinte, com o intuito de negociar sua saída. Deixe a emoção de lado e aja friamente.

Envie uma comunicação profissional

Se você tiver um e-mail profissional, encaminhe uma despedida aos seus colegas de trabalho – sempre temos que agradecer as novas experiências – e envie uma outra comunicação aos seus clientes e/ou parceiros comerciais. Não esqueça de indicar um novo contato na empresa e deixar registrado um e-mail particular e/ou o seu telefone de casa. Um cliente ou parceiro pode ser o caminho mais rápido para uma recolocação.

Caso você não tenha um e-mail profissional, o fax pode ser uma boa alternativa.

A rescisão

Uma das poucas satisfações nesta situação é poder sacar o seu FGTS, que rende (TR+3%) ao ano. Nesta hora, você deve evitar a tentação de comprar sua casa própria ou até mesmo quitar o saldo do financiamento para se ver livre do aluguel. Parece insensato dizer isto, mas o fato é que você não sabe por quanto tempo esta situação vai durar e pode precisar de dinheiro para fazer frente as suas despesas mensais (supermercado, colégio, despesas com locomoção, etc.).

Porém, a quitação das dívidas de crédito rotativo (cheque especial e cartão de crédito) são prioritárias, devido ao custo. Posteriormente, o ideal é destinar estes recursos para uma aplicação segura e de alta liquidez, como os Fundos DI’s.

O primeiro contato com o planejamento financeiro

Muitas vezes, está é a primeira oportunidade que se sente necessidade de fazer um planejamento financeiro. Inicialmente, você deve separar suas despesas em 3 categorias:

– despesas essenciais: são aquelas indispensáveis para sua sobrevivência – supermercado, aluguel, condomínio e despesas de transporte em geral;

– despesas complementares: neste grupo classificamos as despesas de sua manutenção em geral – colégio, transporte dos filhos, cursos técnicos etc. E despesas supérfluas: aqui devem ser agrupadas aquelas despesas que não são prejudicadas se forem interrompidas por um período – academia de ginástica, lazer em geral, TV a cabo etc..

Atenção: Internet não é uma despesa supérflua. Este será um dos canais que te auxiliarão nesta nova tarefa, que é “procurar emprego”.

Suspenda todos os débitos automáticos. Antes, você não tinha tempo de ir ao banco, agora você não deve correr o risco de uma despesa acima do previsto te pegar desprevenido.

Programe seus pagamentos. O ideal é concentrar os pagamentos em 2 datas distintas dentro do mês. Assim, você consegue otimizar o resgate de suas aplicações.

Fuja da armadilha do negócio próprio

Muitas pessoas alimentam o sonho de ser o seu próprio patrão. A rescisão é a oportunidade de realizar este sonho. Fuja desta armadilha!! O senso comum acredita em alguns mitos que não funcionam na prática, tais como:

Você faz o seu horário. Exatamente, você será o primeiro a chegar e o último a sair. Você tem férias quando quiser. Mentira!! Quanto menor o seu negócio, mais inflexível às suas férias.

A escolha de um negócio próprio deve passar principalmente pela avaliação das suas qualidades gerenciais e administrativas. Esta escolha só deve vir depois de muita conversa com amigos que administram seu próprio negócio, pesquisa de mercado e muito estudo.

Preserve o seu network

Ao contrário do que você imagina, esta não é a hora de se enclausurar. Se você pertence a alguma associação de classe, joga futebol ou tênis semanalmente com amigos da sua área, esta é a hora de “ativar” seus contatos e informar que está procurando uma nova colocação.

Talvez uma destas atividades seja uma despesa supérflua que você deverá manter.

Da mesma forma, não se afaste das pessoas que usualmente mantêm contato profissional: clientes, fornecedores e parceiros. Se você já os informou da sua disponibilidade, aproveite um lançamento de um produto, uma notícia relevante na sua área, qualquer novidade é um bom motivo para “manter” contato e mostrar que você está ativo e atento. É nesta hora que concorrente passa para a categoria de parceiro.

Aumente sua empregabilidade

Este é um bom momento para rever suas habilidades profissionais. Será que uma reciclagem não seria conveniente? Um bom curso técnico ou um evento profissional (congresso) também pode ser uma oportunidade de novos contatos promissores.

Profissão: desempregado

Procurar emprego dá trabalho. Além dos contatos pessoais, você deve ler os jornais diariamente, não apenas os classificados, mas também as notícias específicas da sua área. Só assim, você acompanha uma empresa que está investindo ou ampliando a área que você atua.

Você também deve percorrer os sites que oferecem vagas. A grande rede tem uma enorme variedade de sites deste tipo, além disso, as maiores empresas do país possuem um site com uma área específica para você entrar em contato com o departamento de RH. Explore isto!!

Não esqueça de atualizar o seu currículo, anexando uma carta de apresentação que resuma suas qualificações e explique o motivo do envio do seu histórico profissional.

Continuo desempregado. Será que preciso de ajuda?

O tempo passa e você ainda não se colocou. Será que vale a pena contratar um profissional especializado? Isto não é coisa para um nível muito superior? Definitivamente não!

Atualmente, poucas empresas fazem o serviço de outplacement para pessoas físicas – você contrata alguém para te ajudar em uma colocação. A maioria trabalha para empresas, ou seja, a própria empresa que te demitiu contrata alguém para te recolocar. Mas nos cadernos de emprego existem algumas empresas que anunciam este tipo de serviço. Você deve conversar com cada uma destas empresas, entender os custos, a experiência que eles têm, qual o ramo que eles estão mais acostumados a trabalhar, antes de iniciar qualquer trabalho.

Saiba de antemão que nenhuma destas empresas te garante uma recolocação. É um contrato de risco.

Fonte: Dinheironet

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