Domínios

Primeiro sufixo mundial para pessoas físicas entra em atividade

Autor

  • Omar Kaminski

    é advogado e consultor gestor do Observatório do Marco Civil da Internet membro especialista da Câmara de Segurança e Direitos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e diretor de Internet da Comissão de Assuntos Culturais e Propriedade Intelectual da OAB-PR.

16 de janeiro de 2002, 11h56

O .NAME, primeiro sufixo de endereço na Internet criado exclusivamente para individuais, fez sua estréia nesta terça-feira. Cerca de 60.000 endereços estão sendo ativados pela Global Name Registry, empresa sediada em Londres que administra com exclusividade esse sufixo.

Atualmente, os usuários de Internet que possuem Web sites pessoais inclinam-se na utilização do .ORG, que é comumente associado a entidades sem fins lucrativos, apurou a CNN.

A Global Name pretende atrair consumidores pela facilidade e personalização. Por cerca de US$30 por ano, as pessoas poderão registrar um nome na forma "primeironome.ultimonome.name" para Web sites e "[email protected] para endereços de e-mail. Mas os usuários ainda irão precisar contratar serviços de hospedagem de terceiros.

Extensão similar (ME.UK) foi adotada pela Inglaterra na segunda-feira, e o Brasil já dispõe do .NOM.BR desde 01/09/1998, porém com número de registros inexpressivo (0,66%), mas que acena para uma retomada promissora. (Vide notícia de 12/11/2001: Mudança de regra: pessoas físicas podem registrar até 10 domínios na Web). Nos Estados Unidos, o novo domínio equivaleria às placas de automóvel personalizadas, segundo a ZDNet.

A meta agora parece ser: "vamos povoar o ciberespaço!" É trazer a pessoa física, o cidadão, para participar ativamente do mundo virtual, mas ostentando seu nome ‘real’ nas atividades e transações.

As conseqüências parecem claras: de modo auxiliar à certificação digital, o registrante e o provedor de serviços de hospedagem passam a deter maior responsabilidade com a veracidade dos registros, para que se evite a falsidade ideológica e outras falcatruas.

Mesmo assim, disputas de domínios envolvendo homônimos deverão ocorrer. Ou voltará a valer a máxima de outros tempos, o "first come, first served" ou "first to file" (o "quem chegar antes leva").

O sufixo .NAME foi um dos sete domínios aprovados em 2000 pela Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), e são as maiores adoções ao sistema de nomes de domínio desde sua criação, na metade dos anos 80.

Os novos nomes foram aprovados para aliviar a superlotação dos nomes de domínio tradicionais como o .COM, .NET e .ORG, que triplicaram em 2000, finalizando o ano em 28.2 milhões.

O registro total de nomes de domínio elevou-se apenas um pouco em 2001, um salto de 13.5% para 32 milhões em setembro.

Dois outros sufixos, .BIZ para negócios e .INFO para sites informativos debutaram na primavera, mais de 1.2 milhão de nomes combinados foram registrados. O .BIZ está sendo questionado em uma ação judicial.

Adicionalmente, o .MUSEUM irá iniciar atividades em novembro em caráter provisório, significando que as regras poderão ainda ser alteradas, e o .COOP, para cooperativas, foi ativado em 9 de janeiro. Alguns poucos milhares de nomes foram solicitados para cada qual.

O .AERO para a aviação e o .PRO para profissionais deverão ser colocados à disposição nos próximos meses, ainda este ano.

Autores

  • é advogado, diretor de Internet do Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática (IBDI) e membro suplente do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

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