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Primeira Leitura: juros no Brasil incomodam bancos estrangeiros

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22 de fevereiro de 2002, 10h25

Até eles

Os bancos estrangeiros – quem diria? – estão pedindo mais cortes de juros no Brasil. Para o JP Morgan, por exemplo, não apenas o juro nominal, mas também o real deve cair, pois do contrário haverá estragos ainda maiores economia e nas contas oficiais.

O banco de investimentos Merrill Lynch destacou que os juros se mantêm num “desnecessário” patamar elevado, típico de momentos de crise, e previu um corte total de 0,75 ponto percentual neste primeiro trimestre.

E por aqui…

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de cortar 0,25 ponto percentual da taxa-Selic, que caiu para 18,75%, provocou reações de todo tipo no Brasil, até mesmo análises de que o BC fez uma manobra perigosa ao abrir mão de perseguir o centro da meta de inflação.

Migração

Em Nova York, a decisão provocou alta das ações de bancos e empresas brasileiras e, segundo a agência Dow Jones, levou à migração de investimentos do México para o Brasil, que agora tem mais chances de registrar crescimento econômico.

Desastre

Ao dizer que tem arma em casa – apesar de não ter o porte legal – por se sentir “inseguro diante da fragilidade do poder público ao oferecer segurança”, o senador Iris Rezende (PMDB-GO) comete uma enormidade. Presidente da Comissão de Segurança do Congresso, espera-se dele que não vá às TVs acirrar o pânico e, na prática, estimular o cidadão a se armar.

Guerra aberta

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, partiu para uma guerra aberta, apesar de não declarada, contra os palestinos. Pelo segundo dia, helicópteros israelenses bombardearam o prédio onde está o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. A TV palestina foi destruída. Sharon decidiu também criar zonas especiais para isolar Israel dos territórios palestinos.

História antiga

Sharon aumenta a violência dos ataques, mas a estratégia é a mesma. Se for obrigado a recuar por causa de alguma pressão da comunidade internacional – que, sejamos claros, tem mostrado uma ignominiosa apatia diante da guerra de destruição que o premiê israelense comanda contra a Autoridade Palestina –, Sharon o fará para um novo patamar que consolide ocupações de áreas e outras medidas desfavoráveis aos palestinos.

Dito e feito

Quando venceu Barak na eleição de fevereiro de 2001, Sharon foi aclamado por seus seguidores aos gritos de “Morte a Oslo!”, numa referência aos acordos de paz assinados nos anos 90 e cuja implementação resultaria na criação de um Estado palestino autônomo.

Assim falou…José Serra

“Não existe mosquito nacional, mosquito estadual ou mosquito municipal. Há um só mosquito.”

Do candidato tucano à Presidência, durante a transmissão do comando do Ministério da Saúde a Barjas Negri, ao repelir a tentativa de ligar a epidemia de dengue à sua atuação na pasta.

Tudo é história

Com o grupo político de George W. Bush cada vez mais encrencado com o escândalo da Enron, os republicanos no Congresso norte-americano se esforçam para dar visibilidade às ligações entre o governo democrata de Bill Clinton e a gigante do setor energético.

E é fácil: o principal executivo da empresa, Kenneth Lay, nunca se importou com o partido que ocupava a Casa Branca quando se tratava de conseguir favores do Estado para a Enron.

Segundo o senador republicano Charles E. Grassley, o governo Clinton (1993-2000) forneceu mais de US$ 1 bilhão em empréstimos subsidiados a projetos da empresa no exterior. Isso numa época em que a Enron contribuiu com cerca de US$ 2 milhões às causas do Partido Democrata.

*A coluna é produzida pelo site Primeira Leitura — www.primeiraleitura.com.br

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