Quarta-feira, 28 de agosto.

Primeira Leitura: ACM quer que Ciro ataque Serra em programas.

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28 de agosto de 2002, 9h33

Ciro em queda

Nova pesquisa do instituto Vox Populi indica queda acentuada de Ciro Gomes: passou de 32% para 25% das intenções de voto. José Serra subiu cinco pontos, de 10% para 15%. Lula tem 34%, e Garotinho, magros 8%.

No segundo turno

Ciro, que antes empatava com Lula no segundo turno, agora perde para o petista: 47% a 39%. Na simulação entre Lula e Serra, o resultado é 48% a 35%. Acaba, assim, a mística que o PFL tentava construir de que Ciro é o único que poderia bater o petista.

Estranho

Um movimento de 12 pontos percentuais — o tamanho da diminuição da diferença entre Serra e Ciro — em apenas uma semana é de se estranhar. A queda de Ciro e a melhora de Serra, porém, já vinha sendo captada em outras pesquisas. Num levantamento do Ibope só no Estado de São Paulo, Ciro caiu de 27% para 23%. Serra subiu de 16% para 19%.

Calor

A campanha de Ciro começa a passar calor. O resultado do Vox Populi dividiu o comando. Há quem defenda ataques a Lula, a Serra, a ambos e a ninguém.

Painho

Antonio Carlos Magalhães quer Ciro partindo para a baixaria contra Serra no horário eleitoral. O “painho” baiano pressiona o comitê de Ciro para trocar a produção do programa de TV ou aceitar que os seus marqueteiros integrem a equipe.

De volta ao ninho

A pesquisa Vox Populi deve provocar uma revoada de volta ao ninho tucano. Para o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (SP), “o resultado anima a militância e aplaca os desertores”.

Agenda de estadista

Lula teve terça-feira reuniões com 88 embaixadores de países de todos os continentes. Conversou em separado com a embaixadora dos EUA, Donna Hrinak. “Do ponto de vista simbólico, foi um encontro muito importante”, disse a embaixadora.

Sarney com Lula

O ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) declarou seu apoio a Lula e disse que o candidato “é fator de estabilidade, e não de instabilidade”. Sarney afirmou que o apoio não envolve sua filha, a ex-governadora Roseana (PFL-MA).

Foi ele

Em artigo no jornal britânico Financial Times, Morris Goldstein, do Institute of International Economics, dá sua explicação para as origens da atual crise brasileira: a política econômica equivocada do ministro Pedro Malan.

Dívida solta

Goldstein lembra que a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto quase duplicou nos anos em Malan esteve à frente da Fazenda. O total da dívida já está perto de 60%.

Bom número

Depois da tempestade, uma boa notícia na economia. O déficit em transações correntes em julho caiu mais de 50% em relação a junho: somou US$ 550 milhões, informou o Banco Central. Transações correntes são todas as operações feitas com o exterior.

Sem fuga

As saídas de dólares para o exterior pelas contas CC-5 totalizaram US$ 1,24 bilhão. Até 27 de agosto, segundo o BC, essas remessas somam US$ 1,2 bilhão. Ou seja, não há o que se temia: uma fuga de capitais.

Assim falou…Jutahy Magalhães Júnior

“A virada começou.”

Do líder do PSDB na Câmara sobre o resultado da pesquisa Vox Populi, em que Serra cresceu cinco pontos percentuais.

Tudo é história

Muita gente acredita que George W. Bush vai acabar desistindo de atacar o Iraque por medo de fazer o preço do petróleo disparar, o que prejudicaria a frágil recuperação da economia americana, jogando os EUA numa recessão. De fato, as ameaças de um ataque fizeram o barril passar de US$ 30 há uma semana.

Terça-feira, o preço caiu, e os contratos para outubro em Nova York fecharam em US$ 28,87 o barril. Mas Bush tem um argumento a seu favor. Os preços do petróleo se mantiveram em alta por vários meses antes da Guerra do Golfo. Assim que começaram os bombardeios, porém, despencaram. Ficou claro que os EUA venceriam e que a Arábia Saudita, maior produtor da região, não seria atingida.

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