Morre um advogado

Morre o criminalista Raimundo Pascoal Barbosa

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15 de agosto de 2002, 10h04

Conhecido como “o advogado dos advogados”, em razão de sua devoção na defesa das prerrogativas da profissão, morreu na madrugada desta quinta-feira (15/8) o respeitado criminalista Raimundo Pascoal Barbosa, aos 81 anos, de enfarte.

O advogado presidiu a OAB paulista entre 1976 e 1977 e foi incessantemente perseguido pelo regime militar, em razão de sua militância no Partido Comunista. Diversas vezes preso, Pascoal Barbosa advogou em favor de outros perseguidos em situação semelhante à sua.

Quando começou a ser levantada no Brasil a bandeira da defesa dos direitos humanos, em repúdio à tortura que se torna rotina com a repressão política, Pascoal Barbosa foi o primeiro a ressalvar que a tortura sempre foi usada na atividade policial. Mas, por atingir apenas os “suspeitos” de camadas sociais baixas, isso não causava nenhuma comoção. “Mas quando se voltou contra pessoas oriundas das classes mais elevadas, surgiu na ordem do dia a luta pelo respeito a sua integridade física e moral, um dos direitos fundamentais da pessoa”.

O célebre criminalista deixa quatro filhos, Cândida, Carolina, João Carlos e Mariana. Os três primeiros escolheram a mesma carreira do pai.

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