Longa espera

Credores de precatórios pedem afastamento de Geraldo Alckmin

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30 de setembro de 2001, 7h40

Servidores públicos e funcionários aposentados que estão na fila dos precatórios estão animados com a notícia de que o Supremo Tribunal Federal deve julgar, em breve, 17 pedidos de Intervenção Federal em Estados que não pagam suas dívidas. São Paulo destaca-se entre os maus pagadores com um estoque de R$ 2,6 bilhões, em precatórios alimentares.

Desde o ano passado, somente o escritório Antônio Roberto Sandoval Filho entrou no STF com mais de 600 pedidos de Intervenção Federal no Estado de São Paulo por falta de pagamento de precatórios de natureza alimentar.

Advogados do escritório acreditam que as decisões do STF terão valor histórico e “podem representar um duro golpe na postura protelatória de governos estaduais em relação ao pagamento dos precatórios de natureza alimentar”.

Há credores que esperam há mais de 10 anos para receber os valores a que têm direito. A professora de português, Sarah Ortiz Capellari, por exemplo, está na fila há 13 anos.

Ela tem 72 anos e quer receber R$ 5.002,18. O dinheiro já tem destino certo: o tratamento de câncer de pulmão. Ela é uma das representadas do escritório que entrou com pedido de Intervenção Federal no Estado de São Paulo.

Outro caso é o da professora primária aposentada, Raphaela Longo Vidal, de 74 anos, que tenta receber R$ 3.113,00 há 12 anos.

“As autoridades não ligam para quem trabalhou a vida inteira tentando levar um pouco de cultura para o povo”, disse. No ano passado, ela também entrou no STF com um pedido de Intervenção Federal no Estado de São Paulo.

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