Segurança em condomínio

Segurança em condomínios: 'empregados precisam ser treinados'.

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24 de setembro de 2001, 16h34

De nada adianta comprar equipamentos sofisticados se os empregados não forem bem treinados

Os serviços de segurança eletrônica têm sido cada vez mais procurados por condomínios na prevenção de roubos e assaltos. O setor, que faturou R$ 6 bilhões no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Segurança Eletrônica (Abese), tem tido em média 20% de crescimento anual.

“O noticiário sobre assaltos e violência deixa as pessoas inseguras, principalmente quando envolvem condomínios”, diz o presidente da Associação dos Administradores de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), José Roberto Graiche. Mas, segundo ele, essa preocupação com segurança não deve virar uma paranóia a ponto do condomínio acabar gastando uma fábula sem necessidade.”Sofisticar demais só encarece”, diz.

Para Graiche, o básico em segurança é a guarita para porteiro, com controle de entrada e saída das garagens; câmara e monitor na portaria – com possibilidade de gravação de imagens para serem entregues à polícia – cerca com choque pulsativo e alarme infra-vermelho no caso de prédios situados em locais isolados, e iluminação adequada do local.

Além desses recursos, o presidente da Aabic considera fundamental o treinamento de funcionários. “Não adianta nada um prédio super-equipado se o porteiro abre o portão para entregadores ou qualquer outra pessoa de terno e gravata. Nos cursos para funcionários ministrados pela Aabic, eles são alertados para não se intimidarem com a aparência dos visitantes.”

O consultor da Suat, empresa de segurança especializada em assessoria e consultoria, José Elias de Godoy, faz o mesmo alerta: “Não adianta equipamento sofisticado sem treinamento de mão-de-obra”.

Outra questão fundamental é a disposição do condomínio em participar do esquema de segurança. “É o ponto mais complicado porque a maioria dos moradores não quer abrir mão do conforto ou mudar seus hábitos. A maioria dos moradores prefere que os entregadores de pizza e outros subam até o apartamento, o que representa um risco. Muitos condomínios não admitem que parentes e visitas aguardem na portaria enquanto o porteiro confirma se podem subir”, afirma Godoy.

Novidades. Além de equipamentos básicos o mercado de segurança eletrônica oferece opções bastante diversificadas de sistemas de segurança. O consultor da Suat cita os códigos de acesso a elevadores informatizados para edifícios de alto padrão, alarmes sem fios para serem colocados em muros, além de controle de acesso ao edifício que serve para cadastrar as pessoas autorizadas a entrarem no local (farmácias, pizzarias, floriculturas, tintureiro, etc.). Sem contar as micro câmeras que podem ser colocadas de maneira camuflada em qualquer lugar do condomínio.

“A segurança se sofistica conforme caminha as novidades da informática e das telecomunicações”, diz o gerente comercial da Graber, em São Paulo, Oswaldo Oggiam Junior. Os sistemas de monitoramento podem custar de R$ 600 a R$ 30 mil ou R$ 40 mil, segundo Oggiam, dependendo da sofisticação.

Os sistemas funcionam 24 horas com monitoramento à distância interligado ao imóvel. A um sinal de violação dos dispositivos é dado um alarme à central de monitoramento, que dispõe de informações do imóvel invadido e toma as providências necessárias, como enviar carros de supervisão ao local e acionar a polícia.

O autor é fundador do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), da Associação Brasileira de Alumínio (Abal) e sócio efetivo do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba.

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