Atentado terrorista

Seguradoras querem que EUA assumam responsabilidades

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13 de setembro de 2001, 15h12

Diante de estimativas que avaliam entre US$ 10 bilhões e US$ 40 bilhões o custo global dos atentados nos Estados Unidos, as companhias mundiais de seguros declararam que “os poderes públicos americanos, avalistas da segurança pública, deverão assumir toda sua responsabilidade”, após os atentados de terça-feira (11/9).

A afirmação é de Jean-Philippe Thierry, presidente da AGF, filial da seguradora alemã Allianz, e dirigente do encontro das empresas do setor, reunidas desde segunda-feira, em Monte Carlo.

Estimativas iniciais do custo global dos atentados nos Estados Unidos se situam entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões de dólares, segundo a empresa britânica Lloyd’s, citada esta quarta-feira pelo semanário francês “Argus des Assurances”, em seu site na internet.

Já a agência de classificação de risco Moody’s estima que o total da conta a ser paga pelas seguradoras pela tragédia fique entre US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões.

As duas torres gêmeas do World Trade Center poderão custar US$ 1,5 bilhão, e o terceiro edifício que desabou, US$ 500 milhões, segundo as estimativas “parciais e sem dúvida alguma prematuras” da Lloyd’s, diz o semanário. Os quatro aviões destruídos, assim como a indenização dos passageiros, custarão US$ 800 milhões, informou o semanário.

“Trata-se de fato de atos de guerra em tempos de paz. Assim, as companhias de seguros já não estão no campo normal de seu ofício”, disse Jean-Philippe Thierry.

Após uma onda de atentados em 1985 e 1986 na França, o Estado criou um sistema de indenização para as vítimas, lembrou. Esse fundo continua sendo alimentado por uma taxa de 27 francos (US$ 3,90) sobre cada contrato de seguros de bens na França. Nos Estados Unidos não existem fundos de indenização.

“O conjunto do sistema se baseia na busca de responsabilidades”, afirmou Thierry, dizendo que tudo dependerá das sentenças judiciais.

O presidente dos EUA, George W Bush, qualificou esta quarta-feira esses atentados de “atos de guerra” contra o país. Bush disse que tinha solicitado ao congresso fundos de urgência “para que possamos gastar o que for necessário para salvar as vítimas, e ajudar os cidadãos de Nova York e Washington a enfrentar a tragédia”.

“O mercado de seguros e resseguros assumirá, por seu lado, todas suas responsabilidades”, garantiu Thierry.

As preocupações com as obrigações em conseqüências dos atentados aos Estados Unidos atingiram pelo segundo dia consecutivo as empresas seguradoras. A maior empresa de resseguros do mundo, Munich Re, disse que lidar com obrigações de até um bilhão de euros pelos ataques aos Estados Unidos atingirá seriamente sua perspectiva de lucros para 2001.

A Munich Re foi a primeira a ter uma estimativa de seus custos. Depois de suas declarações, a empresa alemã conseguiu reverter as perdas em suas ações, valorizando-as em 2%. A francesa AXA, que tem maior exposição ao mercado americano, caiu 6%. A Zurique Financial amarga uma queda de 5,2%, enquanto a holandesa Aegon caiu 2,6%.

Fonte: Globo News

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