Circo da notícia

Repórter americano acusa Fiocruz de ter armado circo sobre Antraz

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23 de outubro de 2001, 11h13

O correspondente do New York Times no Rio de Janeiro, Larry Rohter, divulgou nota atribuindo a autoridades brasileiras a confusão criada com o alarme falso de uma carta contaminada com a bactéria causadora do antraz que teria sido enviada ao escritório do jornal americano em Ipanema, na Zona Sul carioca.

Segundo Rohter, seu jornal noticiou, na sexta-feira, que a carta estava contaminada, baseado em declaração de Eduardo Hagge, coordenador-geral de Vigilância Epidemiológica do Centro Nacional de Epidemiologia. No sábado passado, o ministro da Saúde, José Serra, e o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, desmentiram-o .

Rohter reclamou do estardalhaço que a Defesa Civil do Rio teria feito, despertando a atenção da imprensa. “Nossa intenção era saber qual era o conteúdo do envelope assim que fosse aberto. Se tivéssemos sido informados do que continha o envelope, como foi combinado com o doutor Buss, o caso estaria encerrado, ninguém precisaria saber de nada”, escreveu na nota.

“Nosso prêmio foi passar, talvez, as 24 horas mais desagradáveis de nossas vidas, preocupados com a nossa saúde e no meio de um circo da mídia, que facilmente poderia ter sido evitado através de uma coordenação e comunicação”, concluiu com indignação.

Fiocruz

O presidente da Fiocruz, Paulo Buss, disse que não pretende polemizar com o jornalista americano. “Agimos com relação ao caso do New York Times exatamente com qualquer outra amostra que chega. O nosso trabalho é fazer a análise correta e precisa. Constatamos que o envelope não continha bacilos de antraz. Então, não vou entrar em polêmica. Isso para gente é passado. Para mim é irrelevante”, disse Buss, referindo-se à nota do jornal americano.

Fonte: JB On Line

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