Críticas ao Judiciário

Presidente do TJ-RJ critica mentalidade do Poder Judiciário

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26 de março de 2001, 0h00

O Presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Marcus Faver, disse nesta segunda-feira (26/3) que a máquina do Judiciário não pode ter mais uma mentalidade “mastodôntica, emperrada e burocratizada”. Segundo ele, todos os funcionários de Justiça precisam agir como se estivessem em uma empresa privada.

“Precisam ter em mente que são agentes políticos da consolidação da democracia”, disse o presidente do TJ. Ele também defendeu a simplificação dos ritos de um processo para evitar que um preso seja levado mais de cinco vezes à presença do juiz, antes de ser condenado.

“Esses deslocamentos mobilizam segurança e veículos e são os grandes responsáveis pelos atrasos nos julgamentos, que acabam sendo colocados injustamente na conta do Judiciário”, observou ele.

As declarações de Marcus Faver foram feitas durante reunião com juízes no auditório da Associação dos Magistrados do Rio. O encontro serviu para fazer um balanço dos seus dois meses à frente do TJ.

O desembargador citou casos de países como o Peru, o Paraguai e a Argentina, onde o enfraquecimento e o descrédito do poder Judiciário junto à população possibilitaram o abalo do regime democrático. “É preciso acabar com essa mentalidade de cumprir horário”, observou.

Faver foi aplaudido ao anunciar para os juizes: “Na minha administração só vou dar promoções por merecimento. Um juiz que não merece não pode ser premiado”.

Revista Consultor Jurídico, 26 de março de 2001.

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