CPI do Narcotráfico: Laura Carneiro rebate representação de advogado.
29 de maio de 2001, 0h00
A deputada federal Laura Carneiro (PFL-RJ) e seu colega Wanderley Martins (PSB-RJ) repudiaram nesta terça-feira (29/5) as acusações apresentadas pelo advogado José Vigilato da Cunha Neto em representações destinadas ao Ministério Público Federal e à Câmara dos Deputados.
Baseado em transcrições de fitas com conversas gravadas, do traficante Fernandinho Beira Mar, publicadas pela revista Istoé, Cunha Neto pede a abertura de investigações contra os parlamentares. A suspeita lançada é a de que o traficante teria sido extorquido em troca de proteção na CPI do Narcotráfico.
“Isso não passa de um absurdo atroz e insuportável”, afirmou Laura Carneiro à revista Consultor Jurídico. Para rebater a base da acusação, a deputada invoca a própria revista que a descreve, assim como a Wanderley Martins como os principais responsáveis pela investigação dos crimes de Beira Mar.
Em sua edição do dia 29 de novembro de 2000, a revista Istoé a define como “uma das mais aguerridas lutadoras contra a quadrilha de Beira-Mar”, enquanto Martins, na edição de 2 de maio deste ano é descrito como o “principal responsável para que a CPI fosse investigar os crimes de Beira-Mar”.
Nas gravações transcritas, o traficante relaciona policiais que teriam exigido dinheiro dele e de sua família. Entre eles, estaria Luiz Brivat, apontado como ex-assessor do deputado Wanderley Martins, que também foi delegado. Brivat teria extorquido o criminoso em nome dos parlamentares – o que ambos negam com firmeza, lembrando que eles próprios foram os autores do pedido de prisão do policial.
Laura Carneiro afirma ter consultado o protocolo da Câmara dos Deputados onde não se registra a entrada da representação do advogado Cunha Neto. Segundo ela, a motivação dessa iniciativa é escusa e virá à tona em breve.
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