O retorno

Biggs quer trocar liberdade no Brasil por prisão inglesa

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3 de maio de 2001, 0h00

O célebre ladrão de trem inglês, Ronald Biggs, 71 anos, que vive no Brasil desde que fugiu da Inglaterra há 35 anos, diz que está ansioso para voltar a seu país.

Em mensagem enviada à Scotland Yard, a polícia federal britânica, Biggs anunciou sua vontade de retornar ao Reino Unido, admitindo ser preso assim que chegasse ao aeroporto de Londres.

A mensagem foi divulgada nesta quinta-feira (3/5) pelo porta-voz da Scotland Yard. Nela, o foragido solicita documentos para poder voltar ao país.

Em entrevista exclusiva publicada pelo jornal The Sun, Biggs conta que está doente, teve uma série de derrames e ficou com o rosto semiparalisado. De acordo com a notícia, ele está falido, apesar da parte que lhe coube do roubo do trem inglês – 147 mil libras de um total de 2,6 milhões.

Ele fazia parte da quadrilha de 15 homens que roubou um trem que ia de Galscow para Londres, em agosto de 1963. Biggs acabou sendo preso e condenado a 30 anos, mas escapou da prisão. Depois de passar pela Espanha, onde fez uma cirurgia plástica, Austrália e Argentina, se instalou no Brasil onde vive desde então protegido pelos termos do tratado de extradição com a Inglaterra.

Biggs disse que não pode mais viver correndo da Justiça inglesa. Tecnicamente, ele ainda teria 28 anos da pena para cumprir pelo roubo. Mas por causa de suas condições de saúde, espera ficar em uma prisão hospitalar, enquanto as autoridades britânicas decidem o que fazer com ele.

Na entrevista que deu por escrito ao jornal, Biggs diz: “Sempre disse que voltaria e chegou a hora”. Ele afirmou que o mais difícil será deixar para trás seu filho Michael e sua neta Ingrid. “Pode ser que ao partir seja a última vez que os verei. Mas tive uma ótima vida, não me arrependo de nada”.

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