Conexão uruguaia

Verbas públicas de Londrina escoam-se pelo Uruguai

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2 de janeiro de 2001, 23h00

O escritório Posadas, Posadas e Vecino, de Montevidéu, no Uruguai, foi responsável pela constituição de duas empresas que lavaram R$ 2,6 milhões dos R$ 16 milhões desviados da Prefeitura de Londrina. Essa é uma das conclusões do trabalho do Ministério Público do Paraná.

O valor de R$ 2,6 milhões foi transferido, segundo as investigações, para duas empresas Off shore uruguaias que têm sede no mesmo endereço do escritório Posadas, segundo divulgou a Agência Folha.

O Posadas e Vecino é correspondente, no Uruguai, do escritório Oliveira Neves e Associados, que cuida da defesa do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, na área tributária.

As duas empresas “Off shore” são a Landrix Company Sociedad Anonima, que detém 99% das ações da Krolin Participações e Serviços Ltda (até 1998 Kadron Empreendimentos e Participações), e a Norgrend Sociedad Anonima, que possui 99% das ações da Realty Invest Participações e Empreendimentos Ltda.

Para constituir a Krolin Participações e Serviços no Brasil, a “Off shore” uruguaia se associou a Ricardo Lopes Delneri, que ficou com 1% das ações. Já a Norgrend se associou a Márcio Luchesi para criar a Realty. Os dois sócios minoritários são também os procuradores das empresas no Brasil.

Em depoimento ao Ministério Público em 18 de outubro, Delneri disse que constituiu sociedade com a Landrix a partir de informações de Mário Luchesi e confirmou o envio de dinheiro para fora do país.

Luchesi, que participou da Operação Uruguai (esquema de transferência de dinheiro daquele país usado pelo então presidente Fernando Collor para justificar gastos) está foragido.

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