Curso ameaçado

Escola que não existe usa nome de juízes para atrair alunos

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25 de fevereiro de 2001, 0h00

Com o pomposo nome de Instituto Nacional de Formação de Magistrados (INFM), um grupo brasiliense, do qual faz parte um desembargador aposentado está oferecendo um curso “em nível de pós-graduação” pela Internet ao custo de R$ 1.800,00.

A promessa é a de preparar candidatos não só para ingressar na magistratura, como para o exercício da carreira, como se lê no site Magistratura On Line.

O início do curso, com chats, teleconferências, videoconferências e jornadas, com aulas dadas por ministros do STF, STJ, desembargadores de todo o país e juristas de renome, foi marcado para o dia 5 de março. Segundo o próprio administrador do Instituto, Rui Oliveira de Souza, contudo, o projeto está ameaçado, por falta de dinheiro.

Suspeitando da idoneidade do projeto, ministros do STF e do STJ, cujos nomes foram utilizados para atrair inscrições, desistiram de participar. A campanha publicitária feita no ano passado não foi paga e a própria empresa de assessoria de imprensa, procurada para dar informações sobre o Instituto, informa que abandonou a tarefa por falta de pagamento.

Atraído pela propaganda do curso, o bacharel Gilberto Silva reclama que, um mês depois de pagar a sua inscrição, não recebeu o login nem a senha que lhe haviam prometido. Silva resolveu fazer uma checagem. “No endereço que eles dão em Brasília há um prédio desativado”, constatou. Em contato com o telefone fornecido, ele interessou-se em conhecer o local. “Disseram-me que o lugar não estava aberto à visitação”.

Silva estranhou. “Tenho fundadas suspeitas para crer que se trata de uma grosseira arapuca”, conclui ele. Por fim, em razão de notícia sobre o curso veiculada por esta Consultor Jurídico, Silva alerta a revista para o risco de se “estar divulgando estelionatários sem saber”.

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