Invasão de cookies

Cookies invadem privacidade de internauta e segurança é ameaçada

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26 de abril de 2001, 0h00

Enquanto você navega pela Internet visitando sites, preenchendo formulários, enviando e-mails você nem imagina que alguns arquivos estão aterrisando e levantando vôo do seu computador. E muito menos imagina que a cada decolagem eles podem estar levando na bagagem lembranças como seus dados pessoais, quais os softwares estão instalados em seu PC, quais as últimas compras que você fez pela web, senhas, etc…

O pior pode acontecer em sites os quais não se conhece a sua idoneidade. Já pensou nos seus dados bancários voando por aí e pousando em mãos sabe-se lá de quem. Isto é pura invasão de privacidade.

Mas que arquivos são estes? São os COOKIES, nome dado para estes arquivos que entram em operação a partir do primeiro momento em que o internauta visita um site, clica em um banner ou até mesmo se conecta a Internet.

Por quê e para que eles servem?

Já reparou em alguns sites que identificam o seu nome e senha quando você torna a visitá-lo? Pois é; existe um cookie em seu computador. Geralmente são armazenados no diretório c:windowscookies (para Internet Explorer).

Estes arquivos estão sempre de prontidão, realmente de stand by só a espera de uma ação sua. Entrou em um site “tal”, pronto, o cookie deste site “tal” já identifica quem você é e já pode executar a ordem que lhe foi dada quando da sua programação.

Há uma semana atrás foi divulgado (IDG) que a nova versão do programa de correio eletrônico EUDORA entrava em contato com os servidores da empresa que o fabrica (Qualcomm) a revelia do usuário. Programa este que é dado na compra dos modems 3Com (antiga US Robotics). Será que aí está o por quê da gratuidade do software. Os dados pessoais do internauta começam a servir como moeda de troca. Neste específico caso seus executivos disseram que não.

Este foi um fato no qual descobriu-se a comunicação “clandestina”. E o outros que nem imaginam-se acontecer? Não é a toa que mais uma vez no “timing”, Bill Gates lança uma nova versão do Internet Explorer que de acordo com a configuração efetuada pelo usuário, o navegador avisa com mais detalhamento sobre os cookies que estão tentando aterrisar.

Serão os sinais dos tempos? 1984? George Orwell? Bem, hoje na Inglaterra já existe um sistema de câmeras públicas no qual já estão registrados todos os rostos da população. Pode-se achar um determinado indivíduo na multidão num piscar de olhos. Este sistema realiza o reconhecimento dos traços do rosto com precisão de 99,9%.

Faz-se então uma analogia com o mundo virtual – Será que aquele indivíduo e/ou aquela comunidade e/ou bairro, etc., está (ão) conectado (s)? Fazendo o quê? O que eles costumam comprar? Vamos cruzar as informações e perfis obtidos com os diversos cookies colhidos pelas empresas e traçar uma estratégia de venda para ele (s). Será a regionalização dos mercados em um mundo globalizado no qual se saberá quando acabou o açúcar em uma determinada casa. Ao mesmo tempo que isto pode ser confortável, pode ser bem mais perigoso.

Situação hipotética

Shiii!!! O fulano está sem saldo no banco! Então não vamos vender para ele nem dar crédito. Por quê? Porque já é a “enésima”vez que isto acontece neste ano.

Aí é que mora o perigo. Aonde estará a privacidade do cidadão? Em um futuro próximo no qual aparentemente tudo estará conectado a Internet (já existe até geladeira com acesso a Internet), tudo se conectará com tudo. Você não poderá nem dar um espirro. Para não falar outra coisa.

A Internet é um mundo. Mundo no qual ainda não se conseguiu medir suas características com exatidão. Logo, as medidas de segurança no mundo virtual devem ser tomadas da mesma forma que são tomadas no mundo real. Ou você atende a porta sem olhar no olho mágico? Mesmo olhando já está difícil.

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