Em defesa da vaca louca

Advogado esclarece dúvidas sobre a vaca louca em artigo

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11 de abril de 2001, 0h00

Desta vez, com perguntas e respostas, tentaremos esclarecer o que nos parece que a imprensa nacional não fez, com a precisão necessária. Nossas fontes, todas italianas, estão indicadas no final.

1- O que é a encefalopatia espingiforme bovina?

É uma síndrome degenerativa do cérebro que atinge os bovinos.

2- Qual o agente infectivo? Age sozinho ou tem cúmplices?

Não é vírus e nem bactéria. A hipótese mais aceita é de que se trata de encefalopatia espongiforme, com características próprias (BSE). A proteína priônica infectiva, que se acumula sob formas de placas no cérebro, não é uma expressão de gene, mas da réplica alterada de uma proteína normal ou sadia presente em múltiplos tipos de células, dentre os quais os neurônios, comuns aos homens e aos animais. Até agora (fevereiro de 2001) não se sabe qual papel representa a proteína normal que, com o contato com a alterada, se transforma, alimentando o mecanismo que conduz à encefalopatia. Presume-se que exista um agente promotor, talvez um vírus.

3- Como se iniciou a infecção e como se desenvolveu?

A hipótese mais aceita é que tudo partiu da reciclagem dos tecidos ovinos contaminados e transformados em alimento para o gado, sob a forma de farinha de carne ou de osso.

4- Como foi transmitida ao homem a doença mencionada na 2ª pergunta?

Comumente chamada NUCJD, é a nova forma da BSE, que foi transmitida ao homem pelo consumo de carne infectada, sobretudo pelas pessoas mais jovens. O risco para os homens depende do número de bovinos infectados.

5- Como se manifesta a nova variante da NUCJD?

No início, com problemas psiquiátricos (depressão, ansiedade, psicose) e com distúrbios sensitivos. No giro de seis meses aparecem os primeiros sinais da moléstia: movimentos anormais e descoordenados do corpo, que terminam até em tornar difícil caminhar. A progressão é constante e, até agora (fevereiro de 2001), não foram descobertas terapias. Há uma estimativa européia de que, nos próximos dois anos, surjam 14 mil casos de pacientes infectados.

Esclarecendo que a questão do preço da carne é a que mais interessa, as autoridades italianas têm solicitado que os consumidores pesquisem a origem dela, constando da etiqueta, a idade e o local onde é criado o gado.

Ainda tem sido hipotisado se as carnes ovina e caprina também possam resultar infectadas. A resposta é afirmativa, se for desenvolvida a BSE, daí com maior probabilidade de ser transmitida ao homem. Também se estuda a remota hipótese de transmissão da BSE nas galinhas e nos peixes. Muito menos se descarta que, nos hambúrgueres, salsichas, lingüiças e demais embutidos, isso não venha ocorrer. Daí os incessantes trabalhos de pesquisa e necessários esclarecimentos públicos.

Convidamos os interessados a pesquisarem – como fizemos para dar estas breves informações – nos sites:

a)www.sanita.it

b)www.politicheagricole.it

c)www.who.it (Organização Mundial de Saúde)

d)www.sicurezzalimentare.it (União Nacional dos Consumidores)

e)www.oie.it (Organização Mundial da Saúde Animal)

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