Violência policial

Ao se queixar de surra do ex-marido, mulher apanha na delegacia.

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1 de abril de 2001, 0h00

Considerando-se desacatado pela dona de casa Andréia Medas Branco, o investigador Renato de Simone surrou a mulher diante de seus filhos de 3, 7 e 10 anos, respectivamente – segundo relato de Paulo Bacellar, ativista de movimentos pela cidadania no Rio de Janeiro – neste sábado (31/3).

Andréia fora à delegacia de Teresópolis queixar-se de agressões físicas por parte de seu ex-marido, o advogado José Pereira Barbosa. Diante da alegada resistência do investigador do 110º Distrito Policial do Rio de Janeiro, Renato de Simone em lavrar novo boletim de ocorrência (ela já comparecera outras vezes com a mesma queixa), Andréia manifestou seu inconformismo. Essa reação irritou o policial.

Segundo Bacellar, o policial atirou-se sobre ela e a derrubou, arrastando-a pelos cabelos. Em seguida, o investigador teria dado um soco na cabeça da mulher, colocou o joelho sobre as suas costas, torcendo-lhe o braço, ao mesmo tempo em eu lhe dava voz de prisão por desacato à autoridade. Andréia foi liberada mediante pagamento de fiança de R$ 50,00.

Para colher a versão da polícia sobre os eventos de sábado, Consultor Jurídico ligou para a delegacia de Teresópolis. Segundo pessoa que se apresentou como “detetive Wallace”, qualquer informação só seria prestada na segunda-feira, pelo delegado titular.

Pelo mesmo relato “para dar tempo a que desaparecessem as marcas, os dois exames de corpo de delito só foram marcados para segunda-feira”. No entender de Bacellar, com esse retardo, as marcas das agressões do ex-marido e do investigador se confundirão.

A primeira agressão teria ocorrido quando Andréia foi levar as crianças para visita semanal ao pai. Ela já teria feito registros policiais, anteriormente, pelo mesmo motivo.

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