Fora do baralho

Collor estende agonia para capitalizar derrota

Autor

22 de setembro de 2000, 0h00

Previamente derrotado em sua primeira disputa eleitoral depois de ser expulso do Palácio do Planalto, Fernando Collor de Mello joga no Tribunal Superior Eleitoral sua última cartada, nessa reestréia.

Com humilhantes 2% das intenções de votos na campanha paulistana, passou a interessar ao ex-presidente a declaração de impedimento do TSE.

Ainda assim, em uma manobra profissional, ele orientou seus advogados a usarem de um artifício para suspender a decisão que estava programada para esta semana. E forçou o adiamento da sua possível declaração de inegibilidade para a próxima terça-feira (26/9).

Com indicações de que o TSE tende para a cassação de sua candidatura, Collor, com a prorrogação, poderá manter-se em alguma evidência, desfrutando dos espaços na mídia destinados aos candidatos até cinco dias antes da eleição.

O advogado de Collor, Pedro Gordilho, pediu a suspeição dos ministros Nelson Jobim e de seu substituto Carlos Madeira durante a sustentação oral da defesa. Jobim como deputado foi relator da comissão de impeachment do ex-presidente e Madeira foi advogado do ex-deputado cassado Ibsen Pinheiro em um processo movido por Collor.

Segundo outro advogado de Collor, Luiz Inácio Aguirre Menin, o pedido de suspeição dos ministros foi “uma decisão de foro íntimo” de seu colega.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!