Democracia

O artigo fala sobre aspectos socio-políticos que atentam contra a cida

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15 de março de 2000, 13h03

Para o povo brasileiro, a democracia simboliza uma grande conquista. Representa liberdade de expressão, liberdade de escolha, liberdade de agir…Enfim, na história do Brasil, a democracia e a liberdade se confundem como anseio primeiro de todo um povo, quando reportamos a diversas etapas da nossa história: Tiradentes, quando da Inconfidência Mineira, o próprio Dom Pedro I, quando da Proclamação da Independência, Marechal Deodoro da Fonseca, quando da Proclamação da República…até o movimento das “Diretas Já”, que veio culminar com o fim da ditadura militar e a retomada do Estado Democrático de Direito.

Já no próprio “descobrimento”, quando os portugueses invadiram nosso território, começava a nossa história de luta pela liberdade. Isto porque a invasão de nossas terras foram seguidas da escravidão de nossos nativos, povo indígena, então legítimo detentor do direito sobre a “terra brazillis”.

Começava alí uma história triste de luta pela liberdade e pelo direito: liberdade de poder cultivar novamente a terra com o mesmo amor de outrora; e direito de identidade ,de nação, que sucumbiu ao povo europeu. Não há de se falar em povo sem se falar em identidade cultural. O tupi-garani deu lugar ao novo idioma. A religião católica, imposta por padres missionários portugueses, veio bater de frente com a esperitualidade indígena. Os costumes, os valores, as crenças, tudo sucumbiu perante a Coroa Portuguesa. Deixamos de ser povo soberano para nos tornarmos seres escravizados, com o único objetivo de explorar as nossas próprias riquezas em favor dos colonizadores, através da força e da opressão. Começava aí a nossa história em busca do direito.

O que não se difere de nossa realidade atual.Vejamos.

Apesar dos pesares, formou-se uma nova sociedade, através da mistura de raças e crenças oriundas dos quatro cantos do planeta, intitulada povo brasileiro.

O que não se esperava é que, recuperada a soberania do nosso Estado-bem diferente daquele de 1500-, fossemos novamente colonizados, catequizados e escravizados, pacificamente, pelo interesse econômico globalizante.

Somos, hoje, mão de obra barata para as grandes multi-nacionais, que montam em nosso território seus canteiros de obras, para tanto ainda exigindo do poder público incentivos fiscais absurdos, que sempre lhes são concedidos em detrimento dos empresários nacionais.

A língua oficial é o inglês. Nosso sanduiche é o Mc Donald’s, e o nosso mercado consumidor é controlado pela Gessy Lever.

Nossos reconhecimentos aos índios de 1500 que mostraram dignidade e respeito perante a colinização e escravidão que sofreram naquela feita. Pelo menos lutaram e lutam até hoje por seus direitos, o que não acontece conosco, cidadãos globalizados que só sabemos aplaudir a intervenção do Fundo Monetário Internacional na gerência de nosso país, sem qualquer esboço de reação.

Tenho dito.

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