Cabo de força

Promotor do caso Pimenta Neves é mantido na investigação

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25 de agosto de 2000, 0h00

O desenrolar dos fatos em torno do inquérito sobre o assassinato da jornalista Sandra Gomide está expondo as fragilidades do sistema judiciário do país e de São Paulo, em particular.

Por ter como indiciado o diretor afastado de um dos maiores jornais brasileiros, o caso tornou-se uma grande confusão.

Enquanto o promotor Marcelo Milani explicava-se junto à Procuradoria-Geral de Justiça, em função da suspeita de que ele teria ajudado a TV Globo a gravar o interrogatório de Pimenta, a polícia e a Justiça desentendiam-se sobre o destino que se deveria dar ao preso.

Os agentes policiais transferiram Pimenta Neves para uma clínica de repouso na Granja Julieta, na zona sul de São Paulo. A juíza de Ibiúna, responsável pelo caso, havia concordado por telefone com a transferência, mas condicionou a autorização formal à apresentação de laudo médico. Acabou não autorizando. Mas os delegados que acompanham o caso já o haviam deslocado para a clínica. O jornalista seria, então, conduzido para uma cela de dois metros por quatro do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Mantido o promotor de Justiça Marcelo Milani, tudo indica que a denúncia de homicídio duplamente qualificado será apresentada ao Judiciário já no início da semana.

Na manhã deste sábado (26/8), em torno da missa de sétimo dia da morte da jornalista, deverá haver uma grande concentração de jornalistas na Paróquia Nossa Senhora Mãe do Salvador, mais conhecida como Igreja da Cruz Torta, no bairro de Pinheiros. A missa será celebrada pelo Bispo da Região Episcopal Lapa, Dom Fernando Penteado da Cruz.

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