IRB é uma caixa-preta

IRB: suspensão do leilão aumenta incertezas no mercado.

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20 de abril de 2000, 0h00

Os investidores estrangeiros ficaram irritados com a suspensão do leilão de privatização do IRB – Brasil Resseguros. A decisão, tomada pelo Conselho Nacional de Desestatização (CND), que detectou erro de cálculos nos valores do patrimônio da estatal, gerou um clima de incerteza no empresariado sobre os balanços do Instituto.

Nos sete dias que antecederam a decisão, o preço mínimo do IRB já havia sido alterado três vezes. A confusão é grande em razão da falta de transparência do Instituto. O próprio BNDES teve acesso limitado às informações. Problemas semelhantes enfrentaram os grupos estrangeiros para saber a situação dos ativos e passivos do IRB.

Os pré-qualificados ao leilão foram o banco Opportunity, a Swiss Re, a Munich Re, a Transatlantic Re e o Bradesco Seguros (único grupo nacional). A tensão que o adiamento provocou justifica-se pela pouca transparência com que são apresentadas as contas da estatal.

Depois que o governo decidiu-se pela privatização do IRB – que se vem arrastando desde 1997 – o governo transferiu atribuições estratégicas do órgão para a Superintendência de Seguros Privados (Susep). A Receita Federal chegou a ensaiar a cobrança de imposto sobre remessas ao exterior de 1995 a 1999. Em seguida, o governo tirou de sua administração o Fundo de Crédito a Exportação (FCE).

Leia mais sobre o adiamento do leilão do IRB

20/04/2000 – Dúvidas sobre cálculos leva governo a suspender leilão do IRB

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