Abismo tarifário

Diferença do valor das tarifas bancárias chega a 1.500%

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17 de abril de 2000, 0h00

Vale a pena pesquisar o valor das taxas antes de escolher um banco. A diferença entre o valor das tarifas cobradas pelos serviços bancários em São Paulo chega a 1.500%.

É o que aponta pesquisa feita pela Fundação Procon, entre os dias 9 e 14 de março, em 14 instituições na capital paulista.

A gritante diferença foi apurada quando se comparou a taxa de manutenção do cartão magnético de conta corrente comum. O Banespa e o BCN cobram, anualmente, R$ 48,00. E enquanto na Caixa Econômica Federal (CEF) o mesmo serviço custa R$ 3,00 ao correntista, o Banco do Brasil, Bandeirantes, HSBC e Santander não cobram nada pela manutenção.

No caso de o cliente perder, quebrar, ou ainda, se roubarem seu cartão, a menor taxa que pagará para a emissão de um segundo cartão será de R$ 3,00, cobrada pela CEF.

Neste caso, o Banco do Brasil cobra a tarifa mais salgada: R$ 9,00. Diferença de 200%. Apenas os clientes do Mercantil Finasa e do Santander não pagam pelo serviço.

Outra grande discrepância nas tarifas (1.233% de diferença) foi encontrada nas transferências entre contas correntes de “diferentes titularidades”, ou seja, diferentes CPFs. Pelo simples fato de um correntista transferir valores para a conta de outra pessoa, o Banespa cobra R$ 10,00 contra R$ 0,75 cobrados pelo Itaú. Em outras seis instituições, o cliente não pagaria pela transferência de valores.

A renovação do cadastro de conta corrente especial, feita anualmente, custa R$ 54,40 para os correntistas do Banco Real, enquanto no Banco do Brasil a taxa é de R$ 9,00. Diferença entre a maior e menor taxa: 504%. Os clientes da CEF e do Itaú não pagam pela renovação da conta especial.

Utilizar cheques em demasia também pode custar caro. Cinco dos bancos pesquisados cobram R$ 4,00 a partir do segundo talão de cheques retirado pelo cliente num mesmo mês. O Itaú é o banco em que o um segundo talonário sai mais caro – R$ 18,00.

A menor diferença apurada entre as tarifas é de 33,33% e refere-se à extração de saldo nos terminais dos bancos. Somente os bancos Bilbao Vizcaya e Real cobram, respectivamente, R$ 0,45 e R$ 0,60 pelo saldo bancário.

Os bancos pesquisados pelo Procon foram: HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, CEF, Bilbao Vizcaya, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real, Unibanco, BCN, Mercantil Finasa e Bandeirantes.

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