Juiz nega autoria do crime

Juiz de Jacareí nega autoria do assassinato de sua mulher

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1 de março de 1999, 0h00

O juiz titular da 1ª Vara de Jacareí (SP), Marcos Antônio Tavares, acusado de ter assassinado sua mulher, Marlene Aparecida de Moraes Tavares, na noite de 22 de agosto de 1997, foi interrogado nesta segunda-feira (1/3) pelo desembargador Gentil Leite, do Tribunal de Justiça de São Paulo. O interrogatório durou duas horas e meia.

Tavares negou a autoria do crime durante todo depoimento. O juiz afirmou que o cadáver encontrado é de outra pessoa e que sua mulher estaria viva, e se escondendo para prejudicá-lo. O juiz é acusado de matar sua esposa com dois tiros num matagal na altura do km 14 da rodovia que liga as cidades de Taubaté e Campos do Jordão, em São Paulo. Em seguida, Tavares teria raspado as digitais papilares da vítima, de modo a dificultar a identificação do cadáver.

No interrogatório, o juiz afirmou que não vivia bem com sua mulher. Por várias vezes teria sido agredido por Marlene – em duas delas chegou a apresentar queixa na polícia. O casal já vinha se desentendendo há algum tempo.

Tavares decidiu se separar contra a vontade da mulher e havia pedido à Justiça o afastamento de Marlene do lar e a guarda dos dois filhos menores do casal. Seu pedido foi negado e, além de perder a guarda dos filhos, o juiz teve de sair da própria casa em 11 de julho de 1997, 42 dias antes do crime.

O juiz considera a possibilidade de que inimigos possam estar tentando incriminá-lo. Segundo a defesa, no inquérito policial, de 1.180 páginas, a investigação teria sido direcionada. “Não se pesquisou nenhuma outra variante, não se perscrutou nada, além da figura de Marcos”, sustenta.

Novo interrogatório sobre o caso foi marcado para o dia 9 de abril, quando serão ouvidas oito testemunhas de acusação.

Revista Consultor Jurídico, 1º de março de 1999.

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