A imprensa faz Justiça

Pesquisa mostra que a população acredita mais na imprensa que no Poder

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1 de setembro de 1998, 0h00

A mídia, segundo 84% da população, é quem mais ajuda a fazer justiça no Brasil. Esse e outros dados foram levantados em uma pesquisa feita pela empresa Grottera Comunicação, intitulada Trabalhando a Imagem do Poder Judiciário. De acordo com os dados, 86% dos entrevistados vêem o Brasil como o “país da impunidade”.

Ao perguntar por que o Brasil continua sendo visto desta forma, 24% dos entrevistados responderam que a principal causa é que a Justiça não faz nada. Já, 20% acham que quem tem dinheiro não é condenado, enquanto 14% afirmam que a Justiça diferencia os ricos dos pobres. A demora na ação da Justiça é o principal motivo desse fato de acordo com 10% e a impunidade para com os criminosos foi a opção de outros 10%.

Em relação ao poder delegado ao Judiciário, 28% dos entrevistados acham que o órgão tem mais poder do que deveria; 30% acham que o poder está na medida certa e para 42% o Judiciário tem menos poder do que merece.

As instituições mais prestigiadas, de acordo com levantamento do DataFolha anexado à pesquisa, são a imprensa (69%), os clubes de futebol (61%) e a igreja católica (56%). O Poder Judiciário aparece quase no fim da lista com apenas 38% das opiniões. Os órgãos mais desprestigiados pelos entrevistados são as Estatais (30%), o Congresso Nacional (26%) e os partidos políticos (24%).

Entre as personalidades com maior prestígio, o apresentador Carlos Massa “Ratinho” lidera o ranking com 58% das opiniões, enquanto o presidente Fernando Henrique Cardoso aparece com 52%.

Coletivamente, os jornalistas têm o maior prestígio, segundo a opinião de 64% dos entrevistados. Em seguida aparecem os juízes com 53% dos votos e os padres com 44%. Os profissionais mais desprestigiados são os funcionários públicos, com apenas 23%.

Para 26% dos entrevistados, a Justiça não serve para nada no Brasil, mas apenas 30% já precisaram recorrer a ela. Somente 3% acham o Poder Judiciário muito eficiente, outros 42% acham eficiente e 54% dizem que ele não é eficiente.

A pesquisa foi realizada entre julho e agosto nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. As entrevistas abrangem pessoas do sexo masculino e feminino de todas classes sócio-econômicas. Segundo Luiz Grottera, coordenador do levantamento, a margem de erro padrão é de 3 a 4% em média.

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